quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Santa

Volto para casa
carregando em meu corpo
todos os pecados do mundo.
Pesam sobre mim agora
os desvios da humanidade,
que sempre foram meus.
Os erros imperdoáveis,
as falhas mais críticas.
Um dia serei santa.
Serei redimida pela culpa,
dor mais temível que o flagelo.
O sangue que escorre da consciência
é mais denso que o da carne:
jorra sobre a alma e a purifica.
Sofro pacientemente,
aguardando o dia do meu apocalipse.

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