sexta-feira, 18 de abril de 2008

Nostalgia

Estas paredes
têm um quê de nostalgia.
Suas únicas fotografias
estão dependuradas na memória.
São incontáveis retratos:
alguns em preto e branco,
outros coloridos,
muitos imaginados.
Pessoas, coisas, eu!
O vivido ocasionado,
o desejo aprisionado,
o passado enrubecedor.
Histórias que eu sei,
das quais só me lembrei
porque hoje vim aqui
para esquecer de mim.

03/4/08

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Você não sabe fingir

Seus discurso claudicante
me irrita profundamente.
Essa indecisão vazia
contida em suas palavras
denota certa apatia
diante da minha fala.
Para você, é difícil discernir
entre o amor sublime e puro
e o querer sincero e profano:
são estanques formas de sentir.
Não quero a sua certeza,
quero a possibilidade de agir.
Não estou em busca de clareza,
mas do obscurantismo do devir.
Meu coração não está vulnerável,
mas meu corpo... completamente!
Você finge que não entende
só para me atingir.
Mas se esqueceu de um detalhe:
você não sabe fingir.


02/04/08

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Empatia

Aquele cordão
que você me deu
esfacelou-se
como nosso amor.
E junto com ele
as tardias lembranças,
indícios seus
agora em migalhas.

02/04/08

terça-feira, 1 de abril de 2008

Aprendizagens...

Posso aprender sua língua
sua física, sua filosofia.
Posso aprender sua lírica
sua anatomia, sua psicologia.
Posso aprender a ser ou não ser,
aprender a ter e perder.
Posso aprender a aprender
e aprender a esquecer.
Posso aprender tanta coisa
ou até nada aprender...
Pois eu já sei bem
inventar mil desculpas
para estar perto de você.

20/3/03

Beleza triste

Tenho uma beleza triste...
o olhar distante
o rosto pueril
o peito arfante
a idéia a mil
o sorriso oscilante
a mente onírica
o corpo bacante
a vida lírica
a morte constante

03/03/08