domingo, 14 de dezembro de 2008

Chuva

Chove aqui dentro.
Um garoa constante
que me enche aos poucos
até chegar aos olhos.
As lágrimas não são lágrimas:
são gotas da fina chuva
transbordando de mim.
Água doce, água salgada...
Água amarga e sem cor.
Água sem sabor como toda água.
Chuva chorada sem pressa,
sem represas e barragens.
Escorrem os filetes pelo rosto
até a boca sentir o gosto de mar,
gosto de rio, gosto de chuva
que molha a terra e purifica o ar.

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