Carta
Doce alento
trazido pelo tempo,
levado pelo vento,
esquecido por esquecimento...
Sons ecoados pela vida,
deixados na triste partida.
Lembrança daquele presente
onde presença era constante
e agora se faz tão distante,
que saudade é o que sente.
Ficou pelo menos a carta,
o desenho daquela letra.
As palavras se tornam aladas
e vão acalentar a alma
dissipando a grande nostalgia.
Reinventam toda a poesia,
transformando de vez a poética,
fazendo a rima desnecessária,
realizando a beleza imaginária,
recontando qualquer métrica,
desprendendo-se da retórica,
desfigurando a figura estética.
E é apenas um pedaço de papel...
A caneta fez-se pincel
e usou todas as invisíveis cores
para pintar de diversos sabores
a memória que passa em telas.
Quando lida, a carta revela
certezas duvidosas do amor,
diz que o perfume não vem da flor,
mas do sonho não concretizado,
que deixa rastros para ser alcançado.
Lenita, 26/7/06
Um comentário:
"(...)A caneta fez-se pincel
e usou todas as invisíveis cores
para pintar de diversos sabores
a memória que passa em telas.(...)"
Ahhh, linda! Sou sua fan! rsrs
Sério!! tocou o coração!
:o)
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