Do outro lado do espelho,
a menina sorri,
ainda que seus olhos sejam tristes.
Ajeita o cabelo comprido
e brinca de caretas nada assustadoras.
Deste lado, a mulher não sorri.
Mas seus olhos brilham.
Não sabe como é.
Apenas quer trocar de lugar:
Diz para a menina vir para cá.
E assim as imagens se transfundem.
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Bíblia
Um senhor me perguntou
"Que livro troncudo, menina, é a Bíblia?"
"Não, é a Poesia Completa de Manoel de Barros."
Queria dizer que também é uma bíblia,
mas minha religião não permite.
"Que livro troncudo, menina, é a Bíblia?"
"Não, é a Poesia Completa de Manoel de Barros."
Queria dizer que também é uma bíblia,
mas minha religião não permite.
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
Zé
Queria fazer um poema
onde todo Zé coubesse:
não é, seu Zé?
Zé que também é meu,
que é de nós, simples assim.
Zé tão amado
debochado, divertido.
Humilde assumido,
Zé ninguém, todos em um.
Nome de santo,
nome de pai,
abreviado em um só som:
Zé!
Quem não tem um Zé,
que o ache!
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Essa saudade que me dói tanto
é uma saudade que perdura,
que não me abandona,
que não se cura...
É a saudade de quem se foi
e de quem está, mas não aqui.
Do tempo, do canto, do cheiro,
da alma, do peso, do sonho.
Saudade branda, às vezes morna...
Saudade dura, escura, torta...
Saudade morta quando esqueço
que lembrei de sentir falta.
é uma saudade que perdura,
que não me abandona,
que não se cura...
É a saudade de quem se foi
e de quem está, mas não aqui.
Do tempo, do canto, do cheiro,
da alma, do peso, do sonho.
Saudade branda, às vezes morna...
Saudade dura, escura, torta...
Saudade morta quando esqueço
que lembrei de sentir falta.
Assim seja
Não aja como se
qualquer coisa fosse poesia,
mesmo que assim seja.
Prefiro descrer do insípido
sabor do dia a dia
para não perder o agridoce
poema que amo:
a minha amarga vida.
qualquer coisa fosse poesia,
mesmo que assim seja.
Prefiro descrer do insípido
sabor do dia a dia
para não perder o agridoce
poema que amo:
a minha amarga vida.
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
Poesia
Ando à caça de alguma poesia, visível ou invisível,
dessa que só o cotidiano sabe... Alguém me arruma?
Me arruma também uma felicidade que cabe em si,
mas transborda dos outros, uma felicidade simples
e, por isso, rara. Tá difícil de encontrar.
E, por favor, se der, me ache também palavras
variadas e consistentes, que eu possa doar
depois de burilar. Quero juntá-las e fazer arte.
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
Degustação
Catar palavras pra um poema
é tarefa pra mais de anos.
Mas depois tem que
juntar,
peneirar,
misturar
e, às vezes, descartar...
Não se trata de escrever apenas:
é plantar,
colher ,
preparar
e comer.
terça-feira, 31 de maio de 2011
Poema Presença
Me deparei com a angústia
de quem parte e deixa partir.
Faz parte de tudo que li:
Ausência...
Mas não tem dor.
São palavras de certo Poetinha,
que é qualquer coisa de vida,
qualquer coisa de triste,
qualquer coisa de ser,
qualquer coisa de dúvida...
Fui. Foste. Fomos.
Não estar é, antes de tudo,
se fazer presente.
de quem parte e deixa partir.
Faz parte de tudo que li:
Ausência...
Mas não tem dor.
São palavras de certo Poetinha,
que é qualquer coisa de vida,
qualquer coisa de triste,
qualquer coisa de ser,
qualquer coisa de dúvida...
Fui. Foste. Fomos.
Não estar é, antes de tudo,
se fazer presente.
quarta-feira, 27 de abril de 2011
Ora.
Reza.
A fé que nos move
é a mesma que nos trava.
Crê.
Não se precisa ver
para ter certeza.
Segue.
Caminhar em frente
às vezes requer voltas.
Ama.
Sentir é de fato
o maior ato do ser.
A fé que nos move
é a mesma que nos trava.
Crê.
Não se precisa ver
para ter certeza.
Segue.
Caminhar em frente
às vezes requer voltas.
Ama.
Sentir é de fato
o maior ato do ser.
terça-feira, 22 de março de 2011
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